MARA EVENTOS MUSICAIS


http://mharamusicaecultura.blogspot.com.br/

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

NELSON CAVAQUINHO - Aniversário


Nelson Antônio da Silva nasceu no Rio de Janeiro
 em 29 de outubro de 1911.


A música nasceu cedo em Nelson. Seu pai, Brás Antônio da Silva, tocava tuba na Polícia Militar. Nas tardes de domingo, a família se reunia, seu tio Elvino tocando violino e Nelson tentando acompanhá-lo num instrumento feito em casa: uma caixa de charutos com alguns arames esticados. Sua mãe, Maria Paula da Silva, era lavadeira no Convento de Santa Tereza e cuidava de seus cinco irmãos.

Demonstrando uma habilidade natural para o instrumento, Nelson compôs um choro, “Queda”, que o fez tornar-se respeitado como músico, passando a ser chamado para fazer shows.  Felizmente,  ganhou um cavaquinho de presente.
A voz rascante, lixada pelo líquido de um milhão de botequins, fluía acompanhada pelo som beliscado das cordas feridas por dois dedos - técnica e estilo reconhecíveis a quilômetros. "Sei que estou / nos últimos degraus da vida / meu amor..." cantava o profeta dos desenganos, o arauto das desilusões, o menestrel da angústia. 



O eterno pavor da morte refletindo-se nas letras doloridas de seus sambas, nos dramas de seus personagens, nas inquietudes de suas musas. Rei dos botequins do Rio de Janeiro, tinha seu quartel-general nos balcões molhados da praça Tiradentes. Nesses cenários encontrava seus iguais, suas inspirações, sua forma de viver e ser feliz a sua maneira. A Nelson não interessavam fama e fortuna.




Na década de 50, trocou o cavaquinho pelo violão. Mas não deixou a maneira de tocar com o polegar e o indicador que sempre impressionou instrumentistas como Paulinho da Viola, Turíbio Santos e Egberto Gismonti. Como compositor, notabilizou-se pela melancolia de sua poesia. E pela constância da morte em sua temática. “Sou um homem que está muito perto da fatalidade. Minhas músicas, por isso, falam sempre em morte e em Deus, não faltando os amores fracassados.” 

Nelson realmente viveu muitas tristezas. No começo da década de 40, depois de três dias e três noites na rua, tocando cavaquinho, quando voltou para casa, descobriu que sua mãe havia morrido e fora enterrada dias antes.

Totalmente desapegado de bens materiais, vendeu grande parte de sua produção, ou pagou dívidas dando parcerias a desconhecidos. A melhor fase de seu trabalho surge quando se une em parceria com Guilherme de Brito, ao qual foi apresentado em um botequim da praça Tiradentes. Jamais conseguiu (nem pretendeu) ganhar mais que o necessário para sobre-viver.

Com repertório de mais de 600 composições (a maioria delas inéditas ou esquecidas, pois dificilmente o músico as escrevia, preferindo guardá-las na memória), Nelson Cavaquinho criava de madrugada, nas mesas dos bares, com o violão e um copo de cerveja ou cachaça. “Nunca fiz samba por encomenda, por isso jamais vou compor um samba-enredo. Acho horrível você ter de fazer aqueles lá-lá-lá e oba-oba obrigatórios na linha melódica das escolas de samba. Faço músicas para tirar as coisas de dentro do coração. E foi assim desde o dia em que fiz meu primeiro samba.” 

 Tornou-se mais famoso e conhecido depois dos sessenta anos, morrendo como viveu, no Rio de Janeiro, em 18 de fevereiro de 1986. 

Fontes: Diversas 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário e volte sempre!